CIENCIA LUSITANA

Explicar, publicitar e distribuir ciencia em Portugues pela blogesfera.

segunda-feira, outubro 17, 2005

1918 Flu and Responsible Science

Science, Vol 310, Issue 5745, 17 , 7 October 2005

Editorial

1918 Flu and Responsible Science

Phillip A. Sharp*
The influenza pandemic of 1918 is estimated to have caused 50 million deaths worldwide; 675,000 in the United States. The reconstruction of the 1918 virus by the synthesis of all eight subunits and the generation of infectious virus are described on p. 77 of this issue,* and the sequences of the final three gene segments of the virus are described in a concurrent Nature paper. Predictably, but alarmingly, this virus is more lethal to mice than are other influenza strains, suggesting that this property of the 1918 virus has been recovered in the published sequence. The good news is that we now have the sequence of this virus, perhaps permitting the development of new therapies and vaccines to protect against another such pandemic. The concern is that a terrorist group or a careless investigator could convert this new knowledge into another pandemic.

Should the sequence of the 1918 virus have been published, given its potential use by terrorists? The dual-use nature of biological information has been debated widely since September 11, 2001. In 2003, a committee of the U.S. National Academies chaired by Gerald Fink considered this issue, weighing the benefits against the risks of restricting the publication of such biological information. They outlined the tradeoff between erring on the side of prudence, thus potentially hindering the progress of critical science, and erring on the side of disclosure, thus potentially aiding terrorists. The U.S. National Science Advisory Board for Biosecurity (NSABB) was established to advise governmental agencies and the scientific community on policies relative to public disclosure. This board has begun to deliberate, but the questions are complex, as typified by these papers on the 1918 virus. It is reassuring that the NSABB was asked to consider these papers before publication and concluded that the scientific benefit of the future use of this information far outweighs the potential risk of misuse. People may be reassured that the system is working, because agencies representing the public, the scientific community, and the publishing journals were involved in the decision.

I firmly believe that allowing the publication of this information was the correct decision in terms of both national security and public health. It is impossible to forecast how scientific observations might stimulate others to create new treatments or procedures to control future pandemics. For example, in the Nature article, sequence comparisons suggest that the 1918 virus was generated not by incremental changes in the polymerase genes, but by the movement of these genes, in total, from an avian source into a human influenza virus. The availability of these sequences will permit identification of their avian origin and should show why this particular set of genes was selected. Similarly, the results in the Science article suggest that the cleavage of a protein on the surface of the 1918 virus, a step critical for virulent infection, may occur by a previously unknown mechanism--a hint that could lead to new drugs for inhibiting this step and thus preventing future pandemic eruptions.
Influenza is highly infectious, and a new strain could spread around the world in a matter of months, if not weeks. The public needs confidence that the 1918 virus will not escape from research labs. All of the described experiments were done in a Biosafety Level 3 laboratory, a high-containment environment recommended by the U.S. Centers for Disease Control and Prevention and the National Institutes of Health on an interim basis, whose use should become a permanent requirement for such experiments. Current evidence suggests that some available drugs and possible future vaccines could suppress infections by the 1918 virus. Given the prospect of another natural influenza pandemic, the recent decision by the U.S. administration to stockpile antivirals for influenza treatment seems wise. Finally, although a sequence of the 1918 virus has been determined and is highly virulent in mice, this may not be the specific form of the virus that caused the pandemic of 1918. An article in the same issue of Nature reports the existence of sequence variation in a natural population of influenza virus; yet we have only one sequence for the 1918 pandemic strain, and the reconstructed virus described in the Science article was built into the backbone of a laboratory strain. Because a pandemic infection is dependent on many unknown properties, there is no certainty that the reconstructed 1918 virus is capable of causing a pandemic.



*T. M. Tumpey et al., Science 310, 77 (2005). J. Taubenberger et al., Nature 437, 889 (2005). S. Salzberg, Nature 10.1038/nature04239 (2005).

Phillip A. Sharp is Institute Professor at the Massachusetts Institute of Technology, 77 Massachusetts Avenue, Cambridge, MA 02139, USA.

sexta-feira, janeiro 30, 2004

Celulas estaminais - Stem cells


Um amigo chegado meu vai ser pai em breve. Ha uns dias em conversa de grupo de amigos, aconselhei que ele deveria fazer uma recolha das celulas estaminais presentes no cordao umbilical da sua filha, na altura do seu parto. Tambem soube que ja existe em Portugal empresas que sao responsaveis pela sua recolha, isolamento e posterior armazenamento. Mas porque, perguntou-me ele.
Eu respondi que se fosse eu na sua situacao nem sequer hesitava em o fazer. Era algo obrigatorio e seria egoista senao o fizesse. Logo de seguida, dei por mim a explicar as vantagens e as potencialidades destas celulas.
Nesse aspecto acho interessante fazer chegar ao Ciencia Lusitana este assunto.
O que sao as celulas estaminais?
As celulas estaminais sao as percursoras (mae de todas) de todos os tipos celulares que compoem os nossos tecidos. Estas podem ser embrionarias ou adultas.
Existem diferencas entre celulas estaminais adultas e embrionarias?
Alem da propria fonte, existem tambem diferencas ao nivel da potencialidade de diferenciacao das celulas. As celulas embrionarias possuem a capacidade de diferenciar ilimitadamente e em qualquer tipo de linha celular. As adultas tem algumas limitacoes, dependendo da fonte de onde sao extraidas e do nivel de diferenciacao ja efectuada. Uma fonte de celulas estaminais adultas e' o "miolo" dos ossos - Bone marrow. No entanto em adulto o numero de celulas estaminais e' muito diminuto, por vezes e' raro.
Quais as limitacoes das celulas estaminais?
Teoricamente as celulas estaminais, na sua funcao, nao tem limitacoes. O que hoje existe e' um conhecimento ainda limitado na sua utilizacao pratica, nomeadamente em como fazer que estas sejam diferenciadas in vitro e como depois transplantadas in vivo. Tambem existem alguns estudos que mostram que, devido ao facto de ainda nao se dominarem bem as tecnicas, estas celulas quando transplantadas podem formar tumores.

Quais as potencialidades das celulas estaminais e um exemplo pratico?
Por exemplo na area das neurociencias. As celulas estaminais podem ser usadas para a formacao de novos neuronios. Tambem podem ser utilizadas de forma a recuperar doentes com problemas motores, caso dos tetraplegicos ou paraplegicos (nestes casos houve um corte em determinada zona do sistema nervoso central-CNS). Existe a potencialidade real de as celulas estaminais serem utlizadas para formar novo CNS localmente.

Eduardo A. Silva

terça-feira, janeiro 27, 2004

PAPS - Portuguese American Post-Graduate Society


A PAPS-Associacao Luso americana de pos graduados, e' uma organizacao criada pela comunidade cientifica portuguesa a desenvolver o seu trabalho em Portugal. Sao estudantes de Mestrado, de Doutoramento e post-doutorados, com um unico porposito: "a criação de um canal de comunicação privilegiado entre a comunidade de estudantes de pós -graduação e de pós -graduados portugueses nos EUA, e os sectores académico e empresarial portugueses. Por outro lado, ao promover laços de cooperação com as universidades e centros de investigação norte-americanos, a PAPS pretende contribuir activamente para o desenvolvimento da sociedade portuguesa, nomeadamente das actividades de ensino superior e de investigação científica."
Ha uns tempos atras, a PAPS passou por uns momentos de alguma instabilidade, da qual pouco sei, e que sinceramente nem me interessa aqui discutir.
Recentemente a PAPAS organizou um meeting em Boston. Foi o seu 5 forum, tendo desta feita como tema de discussao : Lideranca e Inovacao.
Infelizmente, nenhum dos membros do ciencia lusitana, nao teve oportunidade de estar presente. Mesmo assim aqui ficam algumas conclusoes do forum.
ß É importante oferecer-se uma carreira técnica atractiva para atrair investigadores aos departamentos de R&D das empresas;
ß A gestão da carreira académica em Portugal penaliza a aproximação dos investigadores ao mundo empresarial. Esta política contrasta frontalmente com a prática dos USA onde os professores são incentivados a dedicarem um dia por semana a trabalhos de consultoria externos;
ß É crítico atrair capital humano de qualidade para as empresas inovadoras. Não é difícil atrair recursos portugueses radicados nos EUA desde que se facilite o contacto entre as duas partes;
ß Não existem significativos obstáculos ao desenvolvimento em Portugal de empresas inovadoras a nível global. Referiram-se como exemplos ilustrativos os casos da Vulcano, YDreams e da Critical Software.

ß O actual sistema de financiamento do ensino em Portugal desincentiva a produtividade e promove o afastamento dos tópicos de investigação relativamente às necessidades das empresas e da sociedade portuguesa;

Aspectos internos de organizacao:

ß A criação de uma base de dados com os CVs dos membros para facilitar o recrutamento dos mesmos para estágios ou posições a “full-time”;
ß Lançamento de um programa de mentores para os membros;
ß Promoção da comunicação entre estudantes de MBA e de PhD para a exploração do potencial comercial dos temas de trabalho dos nossos investigadores.




por Eduardo A. Silva

Ranking de Universiades...

Saiu recentemente um ranking com as 500 melhores Universidades do Mundo.
Tomem nota do top 10:
1 - Harvard University, EUA
2 - Stanford University, EUA
3 - Caltec, EUA
4 - Berkley (University of California), EUA
5 - University of Cambridge, RU
6 - MIT, EUA
7 - Princeton University, EUA
8 - Yale University, EUA
9 - University of Oxford, RU
10 - Columbia University, EUA

De referir a ausencia de uma unica Universidade Portuguesa neste ranking...
...
Sobre a pergunta que o Alexandre Neves, lanca no fim do seu post... Sinceramente de portugueses que recentemente publicaram nessas revistas lembro-me de alguns, mas a esmagadora maioria nao esta em Portugal a trabalhar...

Eduardo A. Silva

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Inico do ciencia lusitana

Finalmente o ciencialusitana vai avancar.
A ideia fundamental deste espaco e' divulgar ciencia em Portugues, nas suas diferentes areas.
Esta equipa e' muito diversa e, arrisco a dizer, completa. Contudo este projecto nao sera' nunca um espaco fechado sendo possivel que o numero de colaboradores para este blog va' aumentando com o tempo.
Neste preciso momento em que comeca a dar os primeiros passos, existe desde ja um bom leque de sensibilidades cientificas.
De Engenheiros a biologos especializados em genetica ou plantas, passando pela antropologia, serve desde ja para garantir uma abrangencia de temas.
Sempre que possivel, os posts serao escritos de forma a ser entendidos por todos ("entendidos" e "nao entendidos" na materia...).
Espero que gostem e que apreciem!
Estes sao os votos de toda a equipa do ciencialusitana.